Enrolar comida é um hábito comum em diversas culturas. A ideia de usar um ingrediente plano para recheá-lo com outros ingredientes deve ser tão antiga como a própria gastronomia. Assim surgiram todos os tipos de charutos árabes e gregos, os rolinhos asiáticos, os rocamboles e o famoso "bife rolê".

No início deste ano, visitei Padula - uma pequena e aconchegante cidade a 165km ao sul de Nápoles - acompanhada do grande e querido amigo Bruno Giannotti. Ele me contou as histórias da sua família e da cidade, me levou para tomar o aperitivo diário no Route 77 (bar da praça onde encontrei uma garrafa de Taboa - cachaça sul-mato-grossense), me mostrou as oliveiras das quais fabrica seu próprio azeite de oliva e me apresentou seus amigos. E então fui convidada pra um jantar tipicamente padulese: Involtini di manzo com cavatelli, que para minha surpresa era: bife rolê com massa caseira.

A princípio fiquei um pouco desanimada porque esperava experimentar algo novo, mas bastou dar a primeira garfada para lembrar que na Itália não se deve renegar aos pratos tradicionais, pois são sempre maravilhosos. Um viva! ao comfort food!

A vantagem dessa técnica é que você pode substituir a carne vermelha por filé de frango, de porco e de peixe, por que não? Só muda o tempo de cozimento e o tipo de molho preferido, além de ser bastante barato e fácil de preparar. Você também pode trocar o recheio, não há regras!

Involtini de carne recheado. Olha o champignon saindo alí!

Involtini recheado com copa e champignon.  

Rendimento: 4 unidades

Ingredientes:

  • 500g de coxão duro ou coxão mole cortados em bife (esse peso corresponde mais ou menos a 4 unidades, caso necessário, dobre a receita)
  • 150g de copa fatiada
  • 1/2 vidro de champignon fatiados
  • 3 dentes de alho inteiros
  • 1 cebola grande picada
  • 1 lata de tomate pelado picado
  • 1 ramo de salsinha inteiro
  • sal, pimenta e outros temperos à gosto
  • azeite para selar a carne

Utensílios:

  • Palitos de dente (para fechar o bife)
  • Panela de pressão

Modo de preparo:

  • Comece preparando os ingredientes do recheio e faça uma linha de produção para rechear os bifes.
  • Separar o bife, cobrir com duas fatias de copa e uma colher de sopa de champignon fatiado.
  • Enrolar e fechar com a ajuda do palito. 
  • Repita a operação até rechear todos.
  • Quando prontos, polvilhar sal e pimenta e reservar.
  • Numa panela de pressão em fogo alto, adicionar o azeite e fritar rapidamente os três dentes de alho até dourar. Retirar o alho.
  • No mesmo azeite, selar os bifes já enrolados. (Selar é fritar todos os lados do bife até dourar, mas sem cozinhar totalmente).
  • Adicionar o alho frito, a cebola, o tomate pelado, o ramo de salsinha.
  • Fechar a panela de pressão e abaixar o fogo.
  • Quando pegar pressão (fazer barulho), marcar 20 minutos.
  • Desligar o fogo, tirar a pressão e testar o sal.
  • Corrigir os temperos se necessário - como a copa é bem salgada, na minha receita não foi necessário salgar o molho, mas dependendo dos ingredientes que você for usar, fique de olho!
  • Se o molho de tomate ficar muito líquido, deixe cozinhar mais alguns minutos com a panela destampada.
Involtini de FRANGO, com aspargos grelhados e pupunha refogada com alho poró.

Essa receita vai bem com muitos acompanhamentos. Desde uma massa fresca, arroz, purê de batata, mandioca ou mandioquinha até risoto.  Cerveja artesanal ou vinho tinto jovem combinam muito bem com o prato. Experimente trocar a carne vermelha por frango! Fica uma delícia!

Involtini recheado com copa e champignon.

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Até algum tempo atrás, os fogões brasileiros não vinham com a temperatura do forno indicada e os livros de receitas diziam: forno médio, forno baixo, etc. Aposto que nossas mães e avós queimaram muitos bolos antes de se adaptar ao equipamento e regular devidamente a temperatura desejada. O problema é que mesmo com a indicação atual, o forno a gás nem sempre é confiável. Dependendo do fabricante as temperaturas alcançadas quase sempre são diferentes daquela que você programou. No equipamento elétrico também há algumas diferenças, mas não tão significantes como as do forno convencional.

- Ai meu Deus, Atena! Será por isso que eu nunca consigo acertar meu bolo?
- É bastante provável.



Mas como tudo na vida tem solução, para inaugurar a coluna de ciências vamos te ensinar um truque para descobrir se teu forno esquenta pra mais ou pra menos! Você só precisa ter um pouquinho de paciência porque se o forno estiver muito descalibrado será necessário repetir o teste algumas vezes, felizmente você só precisa de papel alumínio ou forminha descartável que vá ao forno, açúcar e relógio.

Esse teste foi o primeiro laboratório do curso que fiz de ciências gastronômicas e está relacionado com termodinâmica. No final, aplica-se uma fórmula simples para descobrir a temperatura real correspondente ao mostrador, mas como eu sei que ninguém vai cozinhar com a calculadora do lado, vou apenas explicar como se faz o teste para descobrir uma média. Essa técnica é descrita no livro Cozinha Geek de Jeff Potter e pode ser acessada aqui.

Para executá-lo precisamos de um material que tenha uma transição de fase em alguma temperatura crítica, ou seja, um material que derreta a x graus. O material perfeito para esse teste é o açúcar.  O ponto de fusão do açúcar de mesa é de 186ºC.

Escolhido o material ideal para o teste, vamos sintonizar o forno perto da temperatura crítica da sacarose e esperar que ela mude de estado: de sólido para líquido. Se nada acontecer, precisamos repetir a operação elevando 5ºC por vez, até que algo aconteça. Se o material queimar, teremos que repetir a operação reduzindo a temperatura. É um ensaio científico, necessita de atenção e dedução.

Descobrindo a temperatura do forno!

Materiais:

- 1/2 colher de sopa de açúcar refinado 
- Papel alumínio ou forma. (Caso escolha o alumínio, faça um "pratinho" dobrando a folha para facilitar o manuseio)

Procedimento:

1- Preaqueça o forno a 180ºC por 15 minutos.
2- Coloque o açúcar na forma ou alumínio. Espalhe um pouco para que não fique muito amontoado.
3- Leve ao forno por 15 minutos.
4- Retire do forno e observe se o açúcar derreteu. 
5- Se o açúcar derreteu, seu forno pode estar esquentando demais. Lembre-se que ele deveria derreter apenas a 186ºC. Faça o teste reduzindo a temperatura em 5ºC. Aguarde mais 15 minutos para o forno atingir a temperatura correta. 
6- Se o açúcar não derreteu faremos o contrário, aumente a temperatura no mostrador em 5ºC, aguarde 15 minutos, coloque o açúcar e deixe por mais 15min.  
7- Verifique novamente se houve mudança. 
8- Repita a operação até encontrar o ponto correto.

Quando encontrar a temperatura correta, anote o número. Ele vai seu ponto de referência de temperatura real do seu forno. 

Por exemplo: meu forno estava indicando 195ºC quando o açúcar derreteu. Quando eu precisar assar um bolo a 200ºC, já sei que preciso calcular uns 5% a mais pra atingir a temperatura desejada. Nesse caso seria em torno de 210ºC no mostrador no forno. 

Como na minha casa eu não costumo fazer pratos que precisam de precisão na temperatura, não me custa nada fazer o ajuste manualmente, mas se a diferença do seu forno for muito grande, eu sugiro que você chame um técnico autorizado para regulá-lo.

Descobrindo a temperatura REAL do seu forno!

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Nossa cultura atual vem substituindo alguns ingredientes milenares na tentativa de melhorar a nossa alimentação e consequentemente nossa saúde. Mas alguns deles não são tão maléficos como se pensa. No artigo sobre o SAL, escrevi sobre sua importância para o funcionamento do organismo e quanto menos processado, mais saudável ele é.

A manteiga também tem sido tratada como vilã e substituída pela margarina, o que no meu entendimento é um engano, já que a margarina é um produto totalmente industrial e impossível de ser feita em casa, por exemplo. Alguns estudos já comprovam que manteiga pode ser benéfica para a saúde, inclusive para quem tem uma leve intolerância à lactose. Veja bem, eu disse LEVE INTOLERÂNCIA. Isso porque na preparação do Ghee nós vamos eliminar a maior parte dos resíduos sólidos da manteiga, onde estão a lactose e a caseína. Converse com seu médico antes de consumi-la!

Vantagens do ghee em relação à manteiga:

    •    O ghee é melhor para cozinhar. Como não contém partículas sólidas nem água, ele suporta melhor altas temperaturas (+-250ºC) e é considerado uma das melhores gorduras para assar, refogar e fritar em imersão. As partículas de caseína e lactose presentes na manteiga quando queimam causam sabor e cheiro desagradável, além de conter uma certa quantidade de água, um perigo para o cozinheiro. Sendo apenas a gordura pura, o Ghee não explode quando frita além de conferir aroma e sabor adocicado.
    •    O ghee bem preparado tem pouquíssima água e dura muito tempo. Em clima mais ameno, pode ser conservado em temperatura ambiente por até 3 semanas, na geladeira ele se manterá por até 3 meses. Congelado, 1 ano. Na Índia algumas famílias tem ghee com mais de 100 anos de idade, usados exclusivamente para fins terapêuticos.
    •    A respeito do sabor, o ghee é rico e remete ao aroma de nozes ou amêndoas. É indicado que se utilize uma quantidade bem inferior da manteiga tradicional. Uma colher de sopa é suficiente para substituir 3 de manteiga comum.
    •    Ghee tem efeito levemente alcalinizante no organismo. A manteiga tem efeito acidificante.
    •    Na Ayurveda (medicina indiana) ele é utilizado como cicatrizante, em massagens e suplementos. Lá na Índia ele é tratado como ouro líquido e considerado fundamental para equilibrar nossas funções vitais. Ele ajuda os nutrientes solúveis em gordura a ser absorvido pelo corpo e é indicado para gestantes.

Algumas recomendações para o uso de ghee:

    •     Use menos. Em comparação com outras gorduras, o ghee se comporta bem em poucas quantidades durante todo o processo de cozimento.
    •    Cuidado ao utilizar em receitas que peçam manteiga. Como seu sabor é mais potente, pode alterar o resultado final.
    •    Se for comprar pronto, procure por um bom produtor. Como em qualquer mercado, há bons e ruins, por isso eu indico a fabricação caseira.

 Na cozinha profissional - principalmente francesa - é comum o uso de manteiga clarificada, mas ela não pode ser chamada de ghee pois não chega a ferver e não muda de cor.
Preparando Ghee
Rendimento: aprox. 250g
Ingredientes:
    •    200g de manteiga SEM SAL (1 tablete). Não use manteiga com sal porque durante a fervura o sal irá se concentrar e vai ficar MUITO salgado.

Utensílios:
    •    Panela de fundo grosso (inox de preferência)
    •    Peneira
    •    Pano de prato limpo ou gaze para fabricação de queijo
    •    Vidro para conserva

Modo de preparo:
    •    Cortar a manteiga em cubos para facilitar o derretimento.
    •    Colocar a panela no fogo e aquecer previamente.
    •    Deitar a manteiga na panela e deixar derreter completamente.
    •    Quando levantar fervura, baixar o fogo e mexer para que os resíduos não grudem na panela e queimem.
    •    Nessa etapa irá formar bastante espuma e os sedimentos vão precipitar. Você pode tirar a espuma com uma colher se preferir.
    •    Continue mexendo por aproximadamente 10 minutos até que a cor fique ligeiramente dourada, mas com cuidado para que o sedimento não queime, ou você terá manteiga queimada. O tom  ideal é similar ao mel.
    •    Desligar o fogo e deixar o ghee esfriar por aproximadamente 15 minutos (desta maneira o restante dos resíduos afundarão e facilitarão a filtragem).
    •    Preparar a peneira com o pano limpo (se você não tiver um disponível, peneire várias vezes até que não reste mais resíduos, ou seu ghee estragará rapidamente)
    •    Colocar em um vidro de conserva previamente esterilizado e deixe por algumas horas em temperatura ambiente.
    •    Manter na geladeira durante os dias mais quentes.

Como preparar "Ghee", a manteiga indiana.

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Acho que no Brasil toda família tem sua própria receita de pudim, né? A minha receita de família eu aprendi com meu pai, que faz o melhor pudim de leite condensado do mundo <3!
Eu sempre gostei muito de fazer doces pois minha bisavó era doceira lá em Carazinho/RS e minha infância foi rodeada por negrinhos e branquinhos, Rei Alberto (receita bem conhecida no Sul) e o pudim molinho do meu pai.
Cada um prefere com uma consistência diferente, com ou sem bolinhas, mas eu gosto de pudim de qualquer jeito. Não sei os segredos para fazer de outro jeito porque essa é a única receita que eu faço. Mas vamos deixar de papo e vamos trabalhar?




Pudim de Leite Condensado

Rendimento: 1 forma tradicional de pudim

Ingredientes:

  • 6 ovos grandes
  • 1 lata de leite condensado
  • a mesma medida da lata de leite integral
  • 1/3 xícara de açúcar refinado para a calda

Utensílios:

  • Forma para pudim
  • Panela que caiba a forma e consiga tampar (banho-maria)
  • Liquidificador

Modo de Preparo:

  • No liquidificador, colocar os 6 ovos (abra um ovo por vez em outra vasilha para não ter surpresas com ovos estragados!). Adicionar o leite condensado e o leite integral. 
  • Bater a "massa" por alguns instantes, até que esteja homogêneo.
  • Na forma de pudim, adicionar 1/3 xícara de açúcar e levar ao fogo baixo para fazer o caramelo. Nesse passo é importante lembrar: NÃO fique mexendo no caramelo ou o açúcar vai empedrar. Espere que as bordas derretam e vá girando a forma até que toda a base esteja mole. Depois que mais da metade do açúcar estiver derretido, pode utilizar uma colher para auxiliar no processo. Tome muito cuidado para não queimar, ou ficará amargo pra caramba!
  • Quando o caramelo estiver totalmente derretido, vá virando (com uma luva) a forma para cobrir as laterais.
  • Deixe esfriar rapidamente para endurecer o caramelo e coloque a "massa" que esta no liquidificador. Se você colocar com o caramelo ainda quente, ele vai se misturar e não vai fazer calda no final.
  • O banho-maria: Coloque a panela com água suficiente para cobrir 2/3 da forma e deixe ferver.
  • Coloque a forma já com caramelo e a massa no banho-maria e tampe.
  • Deixe em fogo muito baixo por aproximadamente 30 minutos ou até que você perceba que já está cozido.
  • Desligue o fogo, tire a forma do banho-maria e deixe esfriar na bancada, tampada.
  • Para desenformar, você pode dar uma leve aquecida na forma com a chama do fogão (o caramelo vai esquentar e derreter levemente facilitando o serviço). Se não der certo, utilize uma faca sem serra para auxiliar.
  • Escolha o prato para servir, vire-o sobre a forma e gire rapidamente de uma só vez tudo junto para ter sucesso nessa etapa!
  • Deixe na geladeira por aproximadamente 2 horas ou até estar bem gelado.
  • Bom proveito!!!



Pudim de leite condensado!

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Eu nunca tinha bebido Ginger Ale até uns dias atrás. O nome não era estranho, mas não sabia do que se tratava. Dei uma passadinha na casa do Sussa onde ele me ofereceu e me viciou nesse "refrigerante" de gengibre caseiro.
Ginger ale é bem conhecido em outros países e por aquelas bandas ele é industrializado. Mas a gente sabe que industrializado é pior, então pode ser feito em casa e você pode reduzir a quantidade de açúcar ou fazer um teste e substituí-lo por outro adoçante. O lance é fazer um xarope de gengibre e diluí-lo com água com gás e muito gelo. É super refrescante e bem mais saudável do que o refrigerante comum, né?
Eu já pensei em fazer outros drinks com o xarope. Será que funciona com caipirinha, por exemplo? Testarei no verão! :)



Ginger Ale

Rendimento: +- 500ml de xarope


Ingredientes:

  • 1 xícara de gengibre descascado e fatiado (não tem necessidade de cortar bonitinho)
  • 1 xícara de açúcar demerara (pode usar outros tipos, eu uso esse pra dar a cor dourada)
  • 3 xícaras de água filtrada

 

Modo de Preparo:

  • Lavar, descascar e cortar o gengibre em rodelas.
  • Em uma panela de fundo grosso, adicionar o gengibre, o açúcar e a água.
  • Deixar ferver em fogo baixo por aproximadamente 30 minutos.
  • Caso forme espuma na superfície da calda, tirar com uma colher e descartar.
  • Desligar o fogo e deixar o conteúdo na panela até esfriar (isso vai ajudar a concentrar mais o gosto).
  • Peneirar o xarope e descartar o gengibre (ou utilize para fazer uma conserva agridoce).
  • Verter o líquido em uma garrafa e manter na geladeira por até 2 semanas.

Para Preparar o refrigerante:


  • Adicionar várias pedras de gelo em um copo alto.
  • Servir aproximadamente 2 dedos de xarope de gengibre.
  • Adicionar limão se preferir.
  • Completar o copo com água gaseificada e pronto! 
  • Servir em qualquer ocasião!

Ginger Ale Homemade

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Pepino é um ingrediente quase esquecido, mas que pode ter outros destinos além da velha e tradicional salada. Um deles é o sunomono, aquele pepino agridoce que você come no restaurante japonês e que pode ser feito de maneira bem simples e rápida.

Na receita tradicional, é preciso desidratar os pepinos por aproximadamente dois dias envoltos em missô com um peso por cima e ir tirando a água regularmente. Essa versão é mais moderna mas requer uma lavagem mais atenciosa.




Receita de Sunomono

Rendimento: +ou- 200g


Ingredientes:

  • 2 pepinos japonês (500g)
  • 2 colheres de sopa de sal refinado (para desidratar)
  • 250ml de vinagre de arroz ou cereais
  • 25ml de saquê culinário seco
  • 125g de açúcar refinado
  • 5g de sal refinado
  • 10g de gergelim preto

Utensílios:

  • Peneira
  • Laminador de legumes

 

Modo de preparo:

  • Lavar os pepinos e fatiar bem fino com a ajuda de um laminador (ou na faca se não tiver).
  • Espalhar o sal (2 colheres de sopa) uniformemente pelas fatias de pepino e transferir para uma peneira com um bowl para recolher o líquido eliminado.
  • Deixar os pepinos na peneira por aproximadamente 15 ou 20 minutos, ou até que não escorra mais água.
  • Enxaguar e tirar muito bem o sal dos pepinos com água corrente e abundante até que não estejam mais salgados.
  • Apertar bem os pepinos para eliminar toda a água restante.
  • Reservar.

 

Molho da conserva:

  • Em uma panela de fundo grosso, juntar o vinagre, o saquê, o açúcar e o sal.
  • Em fogo baixo, mexer o líquido até que o açúcar derreta e o líquido fique translúcido (isso leva menos de 2 minutos).
  • Desligar o fogo e resfriar o líquido.
  • Em uma frigideira, aquecer o gergelim até que as sementes comecem a estralar. Desligar e reservar.

 

Finalização:

  • Em um vidro de conserva, colocar os pepinos salpicados com o gergelim já torrado.
  • Verter o molho da conserva até cobrir totalmente o pepino e levar a geladeira. 
  • Consumir em até 3 semanas. 


Receita de Sunomono (pepino agridoce)

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Essa receita de geleia é perfeita para acompanhar queijos macios como brie e camembert ou sobre carnes bovina e suína. O preparo é simples e rende outra receita base: redução de prosecco.
Ao final da cocção, você pode escolher deixar os pedaços de maçã e cebola grandes, ideal para servir com carnes, ou ainda passar pelo processador para deixar a geleia mais lisa e fácil de passar no pão, por exemplo. Mas eu garanto que o sucesso virá de qualquer jeito! Aproveite e troque a maçã por pera ou a cebola branca pela roxa. Se quiser fazer com outro tipo de vinho também é super válido!
A redução de prosecco que você precisa preparar antecipadamente pode ser utilizada para molhos e risotos, basta substituir o álcool da receita por essa maravilha. Junte alho negro e creme de leite e pronto!


Kit de geleias italianas
Quando precisei da redução, decidi utilizar as cebolas já cozidas no vinho que seriam descartadas para fazer essa receita inspirada pelo kit que trouxe da Itália e adoro.


Geleia de Maçã Verde, Cebola e Prosecco

Rendimento: 400g

Ingredientes:

  • 2 cebolas médias cortadas em fatias (200g)
  • 1 maçã verde grande cortada em cubos  (200g)
  • 1 garrafa de prosecco (eu usei da marca Aurora) (750ml)
  • 1 xícaras de açúcar refinado (200g)
  • 1/3 xícara de redução de prosecco (será produzido no primeiro passo da receita)

 

Utensílios:

  • Panela de fundo grosso
  • Peneira

 

Modo de Preparo:

Redução de Prosecco

  • Descascar e cortar a cebola em fatias 
  • Numa panela de fundo grosso, verter o conteúdo da garrafa de prosecco com cuidado
  • Adicionar as cebolas fatiada e deixar em fogo baixo por 20 minutos. 
  • Quando a redução começar a ficar amarelada e 2/3 do volume inicial, desligue o fogo.
  • Passe por uma peneira reservando os dois produtos: o líquido (que é a redução) e as cebolas (para a geleia).
  • Separe aproximadamente 1/3 de xícara dessa redução para ser utilizada na geleia. O restante deve ser resfriado, acondicionado em pote ou vidro e pode ser congelado por até um mês para futuras produções.

 

Geleia de Maçã Verde e Cebola

  • Numa panela de fundo grosso, adicionar a cebola já cozida no prosecco, a maçã cortada em cubos, o açúcar e os 60ml de redução recém preparada no passo anterior.
  • Misturar tudo e levar ao fogo baixo por aproximadamente 30 minutos ou até dar ponto de geleia.
  • Retirar do fogo e resfriar.
  • Se preferir, passe a geleia pelo processador para ficar mais lisa. 
  • Servir com pães, carnes e queijos de sua preferência.
  • Conservar em geladeira por até 3 semanas.
Geleia em pedaços grandes (esquerda) e processada (direita)

Geleia de Maçã Verde, Cebola e Prosecco.

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A Fome está aberta para cozinheiros de plantão e suas receitas especiais. Isso significa que teremos convidados sempre que possível! E para dar início a "Fome itinerante", intimei minha afilhada Karen Basso Baccin para enviar uma receita com MEL TRUFADO.

O mel trufado já é encontrado no Brasil em casas especializadas e na internet, mas você pode substituí-lo por mel comum sem problemas! As folhas sugeridas pela Karen são baby rúculas, para dar um toque picante na receita.


Mel trufado



 

Salada de Camembert Quente em Crosta de Mel Trufado 

Rendimento: 2 pessoas


Ingredientes:

  • Folhas verdes variadas 
  • 30ml azeite de oliva extra-virgem
  • 5ml de vinagre balsâmico
  • 50g amêndoas em lascas torradas (10g para a finalização e 40g para a crosta)
  • 30g farinha de pão fresco (use Panko ou faça em casa, ralando o miolo do pão amanhecido
  • 40g de mel trufado (separe uma colher de sopa para o molho da salada)
  • 1 gema de ovo
  • 1 queijo Camembert
  • Lascas de parmesão Grana Padano para finalizar
  • Sal e pimenta do reino a gosto. 

Utensílios:

  • 2 bowls pequenos para fazer o empanamento
  • Assadeira 


    Modo de Preparo:

    Queijo Camembert em crosta de Mel Trufado

    • Preaquecer o forno a 180ºC.
    • Misturar a gema e o mel trufado com a ajuda de um garfo em um bowl pequeno.
    • Em outro bowl, misturar as amêndoas picadas, a farinha de pão, sal, pimenta do reino e reservar.
    • Cortar o queijo ao meio e passar pela mistura de ovo e mel e em seguida empanar na farinha de amêndoas.
    • Levar ao forno por 5 minutos ou até que a crosta esteja dourada, mas sem derreter o queijo. Cuidado com o tempo!
    • Montar no prato com a salada e servir ainda quente.

    Salada verde:

    • Lavar e secar as folhas escolhidas
    • Fazer um molho com o azeite, vinagre balsâmico, uma colher de mel trufado, sal e pimenta do reino. Reserve.
    • Enquanto aquece o Camembert, temperar a salada com o molho, arrumar no prato e salpicar o restante das amêndoas e as lascas de Grana Padano.
    • Servir com o queijo ainda quente

    Salada de Camembert Quente em Crosta de Mel Trufado

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    Eu adoro fazer conservas e uma das minhas preferidas é de aspargos com limão siciliano. O procedimento é simples e você pode servi-los como entrada, como acompanhamento, no risoto ou pasta. É um coringa!
    Nesta receita, eu sugiro utilizar um sal gourmet. Se você ainda não sabe muito sobre a variedade de sal disponível no mercado, sugiro que leia esse artigo e escolha seu favorito. Para essa receita eu usei o Sal Azul da Pérsia pelo sabor mais metálico. 



    Conserva de aspargos com limão siciliano

    Rendimento: o quanto você quiser!


    Ingredientes:

    • Aspargos verdes
    • Suco de 2 limões sicilianos
    • Azeite extra-virgem
    • Sal azul da Pérsia 
    • Pimenta do reino moída na hora

    Utensílios:

    • Frigideira
    • Pinça
    • Vidro de conserva

     Modo de Preparo:

    • Em um prato raso, faça uma "cama" de azeite, sal e pimenta moídos na hora. 
    • Com os aspargos já preparados (com os talos cortados na base e levemente descascados na parte mais grossa), envolva-os no azeite temperado. Não tenha medo de usar as mãos nessa tarefa!
    • Aqueça a frigideira e coloque os aspargos em porções pequenas para que todos fiquem em contato com a panela. 
    • Cozinhe por cerda de 5 minutos no total, virando os aspargos de vez em quando. 
    • Quando eles estiverem levemente dourados, mas sem murchar, retire do fogo.
    • Passe cada um dos aspargos no suco de limão e deixe descansar nesse suco até que esfriem.
    • Disponha-os no vidro, na vertical com as pontas para cima e cubra com azeite extra-virgem de qualidade.
    • Guarde na geladeira por até três semanas sempre coberto com azeite.  

    Aspargos com limão siciliano em conserva

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    Se você procurar a lista dos 10 ingredientes mais preciosos do mundo, com certeza vai encontrar a trufa. Não vou me aprofundar no assunto, mas você sabe, é um fungo subterrâneo encontrado com a ajuda de um cachorro treinado, colhido durante alguns meses do ano, principalmente na Itália. Pode ser branco ou preto, mas são 63 espécies encontradas ao redor do mundo.

    Hoje vou ensinar uma receita com "crema di tartufo", que é uma conserva de cogumelos com trufa branca ou negra. Esse creme tem pequena quantidade de trufa, por isso o preço é mais acessível e é mais fácil de encontrar no Brasil.

    Eu descobri essa delícia no Ristorante da Remo no castelo de Monteriggioni na Toscana. A entrada chegou na mesa com salame artesanal, presunto cru, torradinhas e um pudim de tartufo coberto com molho de tartufo e lascas de tartufo por cima de tudo. Pela cara eu não estava colocando muita fé, mas na primeira garfada do pudim eu percebi que precisava reproduzir essa receita em casa. Demorei um pouco para encontrar alguma parecida, mas depois de alguns testes eu cheguei num resultado bem razoável.

    Para atingir a textura exata, você precisa fazer a ricota em casa. O motivo é simples: ela é muito mais leve e úmida do que a industrializada. Acredite, o resultado é bem superior. A receita da ricota está aqui e o rendimento é suficiente para essa receita.

    Antipasto al tartufo do Ristorante da Remo em Monteriggioni, Itália.

    Budino al tartufo

    Rendimento: aprox 6 unidades


    Ingredientes:

    • 200g de ricota caseira
    • 100g de creme de leite fresco ou nata
    • 1 ovo inteiro + 1 clara
    • 1 colher de sopa de creme de tartufo
    • 50g de parmesão (opcional)
    • Manteiga para untar

    Utensílios:

    • Forminhas para cupcake (ou similar) individuais.
    • Assadeira para banho-maria.
    • Peneira.

    Modo de peparo:

    • Ligue o forno a 180ºC e coloque uma assadeira com água bem quente enquanto prepara a receita da massa.
    • Peneirar a ricota para dar leveza.
    • Adicionar 1 ovo inteiro mais uma clara e misturar bem com um fuet.
    • Adicionar o restante dos ingredientes e misturar com cuidado até ficar homogêneo.
    • Untar as forminhas com manteiga e preencher apenas 3/4 com a massa do pudim. Se você servir demais, transbordará por que ele cresce. 

    • Com cuidado, coloque as forminhas na assadeira que já está no forno com a água do banho-maria e deixe assar por aproximadamente 30 minutos a 180ºC (forno baixo). 
    • Quando a superfície estiver bem alta e quase pegando cor, retire do forno com a ajuda de uma pinça e uma luva.
    • Geralmente o pudim se solta sozinho da forma, mas se necessário, use uma faca lisa para auxiliar e desenforme num prato antes de servir os outros acompanhamentos.
    • Sirva com torradas e carnes curadas.
    Você pode fazer um molho com cogumelos e creme de leite e regar tudo com azeite trufado. Bom apetite!

    Receita de Budino al tartufo (Pudim de trufa)

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    O queijo mais rápido e simples de fazer com certeza é a ricota, e você pode fazê-la agora mesmo na sua casa, com apenas três ingredientes: leite, sal (ou mel) e vinagre. Talvez precise de um termômetro culinário, mas não é indispensável.

    Caso você queira fazer sem sal, não tem problema... a receita funciona do mesmo jeito. Nesse caso você faré um tradicional queijo catalão chamado MATO, adoçado com mel.
    A vantagem dessa receita é a textura obtida. Diferente da ricota encontrada no mercado, essa fica muito mais leve e além disso, sem qualquer agente químico desconhecido. Para quem faz dieta e se preocupa com a saúde é um coringa para o café da manhã. Você também pode usá-lo como base para outras receitas como um pudim salgado com tartufo que disponibilizarei em breve aqui no blog. 



    Ricota Caseira

    Rendimento: aprox. 250g
    Porção de 50g: 81cal; 6g gordura; 6g proteína.


    Ingredientes:
    •  1 litro de leite de saquinho (não funciona com leite UHT)
    •  30 ml de vinagre de vinho branco
    •  5gr de sal ou mel para adoçar no final

    Utensílios:
    • Panela alta
    • Pano de prato (exclusivo para esse fim)
    • Peneira grande

    Modo de preparo:
    • Em uma panela alta, verter o leite e adicionar sal (opcional). 
    • Aquecer até a temperatura de 92ºC (ou até iniciar a fervura). 
    • Desligar o fogo e adicionar o vinagre mexendo rapidamente e por apenas 3 segundos. Se você mexer muito nesta fase, o leite não coagulará corretamente.
    • Deixar a mistura esfriar até 36ºC (ou temperatura do corpo) ainda na panela, coberta com um pano limpo.
    • Verter com cuidado o conteúdo sobre a peneira coberta com o pano de prato (como um coador de café de pano).
    •  Cobrir a superfície da ricota com as pontas do pano de prato fazendo um "pacote" e levar à geladeira por duas horas.
    • Descartar o soro e remover a ricota da peneira usando uma colher.
    • Conservar em pote na geladeira por até 3 dias.

    Ricota Caseira para fazer AGORA!

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    Que o sal é indispensável na cozinha, todo mundo já sabe. Mas nem todo mundo sabe que além de destacar o sabor dos alimentos, ele também é importante para o funcionamento do nosso corpo.Ele é nossa principal fonte de sódio, componente do plasma sanguíneo, fluído linfático, líquido extracelular e líquido amniótico; favorece o equilíbrio dos líquidos internos e externos das células; ajuda o cérebro a enviar impulsos elétricos aos músculos para que eles se movam e ainda influencia os receptores de serotonina. Sem potássio e sódio, nenhum pensamento seria possível. O baixo nível de sódio pode inibir a absorção de serotonina causando mudança de humor e de apetite.

    O sal também é usado como conservante alimentar, pois as bactérias não conseguem se proliferar num ambiente rico em sal, mas a razão pela qual é visto como um produto nocivo a saúde é por que "engrossa" o sangue e aumenta a pressão sanguínea. A maior parte do excesso de sódio na dieta ocidental provém dos alimentos industrializados, que tem quantidades maiores de sal para conservação (além de outras inúmeras substâncias químicas), além de que utiliza-se o sal refinado e polido que perde grande parte dos oligoelementos indispensáveis para nossa nutrição. Esse sal também é misturado com várias substâncias antiaglomerantes, impedindo que os grãos de sal grudem entre si. O sal comum é tão refinado que sua composição é quase totalmente de cloreto de sódio. O iodo é adicionado posteriormente apenas por que foi "lavado" do sal natural, mas alguns especialistas acreditam que essa dose extra de iodo pode ser prejudicial a nossa saúde também.

    O consumo exclusivo do sal refinado (pobre em nutrientes) acarreta uma série de problemas: fatiga do órgão excretor, aumento do ácido úrico causando artrite, artrose, pedras nos rins e cálculos biliares e também danos exteriores visíveis, como celulite e vermelhidão e também envelhecimento prematuro e rigidez mental e muscular. Já que o sal refinado é prejudicial mas é necessário, o ideal é substitui-lo pelo sal in natura que atualmente está disponível no mercado e é bem mais fácil encontrar.

    Existem vários tipos de sal na natureza, além dos aromatizados com ervas que podem ser feitos em casa. Eles se diferenciam na cor, sabor e consistência, mas também se distinguem pelos níveis de sódio e minerais. São definidos por dois tipos principais:

        •    sal marinho - obtido através da evaporação da água do mar ou outras fontes aquíferas ricas em minerais.
        •    sal gema ou rocha - obtido de minas subterrâneas que um dia foram lagos ou mares que secaram.

    O sal marinho integral é obtido dos mares e lagos da superfície e é constituído na maior parte de cloreto de sódio. Todavia, dependendo do lugar onde é produzido, pode conter diferentes quantidades de potássio, ferro e zinco. Quanto mais escuro, maior é a concentração de impurezas e substâncias nutritivas. O problema é que nos dias de hoje a água dos mares podem conter traços de metais pesados, o que o torna menos saudável. O sabor também é favorecido pela presença de minerais e outras impurezas.

    A flor de sal é um produto do sal marinho. Ele é coletado a mão (com a ajuda de uma espécie de peneira) diariamente nos meses mais secos e quentes do ano. Essa condição climática propicia a formação de uma "nata" na superfície da salina, e que se não for colhida vai ficando pesada e afunda se transformando em sal comum. É um sal particularmente doce e cristalino.

    O sal gema ou sal grosso, encontrado em minas é encontrado em forma de cristais, rochas, crostas ou estalactites. Ele é subterrâneo e pode ser encontrados em todo o mundo. O fato de estar em contato direto com o solo distinto de cada região, confere cor e nutrientes específicos a cada um.

    Os sais do Mundo

     

    Sal Celta com lavanda e raspas de laranja (esquerda) e Sal Rosa do Himalaia.
     SAL ROSA DO HIMALAIA
    É o mais famoso e conhecido devido a sua pureza. Colhido de uma formação cristalina de 250 milhões de anos na cidade de Khewra no Paquistão. É a maior mina do mundo.
    Rico em minerais, é o mais completo do mundo e é utilizado por muitos chefes de cozinha para marinar e preparar carnes, peixes e verduras, além de servir como decoração. É utilizado  principalmente por suas propriedades desintoxicantes. É composto com 84 oligoelementos necessários na nossa nutrição, e pequenas quantidades de cálcio, ferro, potássio e magnésio mas menos sódio que o sal comum. Também contém traços de óxido de ferro que lhe confere a cor rosa. Tem um leve efeito laxativo porém não retém líquidos no nosso corpo.

    SAL AZUL DA PÉRSIA
    Proveniente das minas milenares do Irã e de cor azul devido a silvinita, um mineral que normalmente apresenta uma cor amarela ou rosa e raramente chega ao tom azulado, se caracteriza por um retrogosto picante, salgado intenso mas pouco persistente. Moído na hora, é utilizado como sal comum para condimentar todo tipo de prato ou decorá-lo. É muito raro e rico em potássio e cloro.

    SAL CINZA DE GUÉRANDE ou SAL CELTA
    Sal antigo e com uma longa história, é colhido de modo artesanal segundo o método celta utilizando-se um utensílio de madeira ao invés de metal, para não alterar sua pureza. Produzido em "labirintos" construídos com argila ao longo da costa atlântica francesa, que se deposita no fundo da salina e lhe confere o tom acinzentando. É muito popular na França e é bastante úmido.
    Ao ponto de vista nutricional, em contraponto ao sal marinho tradicional, é mais rico em minerais e pobre em sódio, inclusive magnésio que influencia na coloração. Tem sabor rico e parecido com de trufas, não é muito salgado e pode ser usado cotidianamente em pratos como peixes justamente por seu retrogosto delicado. É excelente para a preparação de verduras cozidas.

    SAL DA BRETANHA
    É similar ao sal de Guérande.

    SAL VERMELHO DO HAVAI
    Conhecido como ALAEA, é o sal tradicional havaiano. Recebe esse nome por causa de um mineral presente na argila vermelha de origem vulcânica. Durante a evaporação, a argila enriquece o sal com ferro, conferindo a coloração característica e sabor ferroso, lembrando amêndoas tostadas. Tem cerca de cinco vezes a quantidade de ferro que o sal comum. Os nativos das ilhas usam para temperar pratos típicos e acompanha carnes e peixes assados ou grelhados. Na cozinha internacional é utilizado em carne de coelho e porco, além de sopas e risotos. É considerado mágico e precioso, sendo utilizado em oferendas nos rituais locais.

    SAL NEGRO DO HAVAI
    Proveniente da ilha de Molokai é extraído a mão e misturado com lava vulcânica purificada e carvão natural que o enriquecem de minerais. Tem propriedade desintoxicante e é utilizado na preparação de carnes brancas e ovos além de elemento decorativo.

    Sal com trufas brancas (esquerda) e Sal Negro do Chipre (direita e colher)
    SAL NEGRO DO CHIPRE
    Dos lagos salgados de Lárnaca e Limassol na ilha de Chipre. Esses lagos tem alta concentração salina devido a proximidade ao mar. Tem um grande poder absorvente que é explorado no tratamento de doenças intestinais, intoxicações e envenenamento. As "flores" tem forma piramidal, a princípio brancos e depois coloridos de preto graças a adição do carvão ativado obtido pela combustão da casca de bétula, salgueiro e tília. O gosto é bastante delicado, sem amargura e perfeito para usar no carpaccio ou carnes muito mal passadas, tanto para conferir o visual impactante e pela crocância que mantém.

    SAL DE TRAPANI
    Produzido em salinas ao longo da famosa "Via del Sale" na Sicília, que liga Trapani a Marsala. Nesta região, o sal é chamado ainda hoje de "ouro branco" por ser: bom para curar a carne e o peixe, curtir a pele assim como expulsar os demônios. Talvez sua coloração branca com reflexos prateados sejam responsáveis pelo apelido. Rico em magnésio e potássio e pequena quantidade de cloreto de sódio, é ideal para finalizações, carnes, frutos do mar, molhos e sopas.

    SAL DE CAMARGUE (FLOR DE SAL)
    É um sal grosso raro e valioso. De coloração branca, é chamado de "o caviar dos sais". É apreciado pelos melhores chefes do mundo que o utilizam para agregar sabor às saladas, cogumelos, sopas, carnes e peixes. Sabor delicado, poder de salga reduzido e é hipossódico (menor teor de sódio). Perfeito para ser utilizado como decoração em coquetéis.

    SAL DO RIO MURRAY
    Ele é encontrado no grande rio australiano do qual recebe o nome e deve sua tênue cor de rosa pálido ao teor de caroteno de algumas algas ali localizadas. Ele vem pequenos flocos de sabor delicado, que vai muito bem com assados ou cozidos no forno.

    FLOR DE SAL DE ALGARVE
    Originário da costa Portuguesa, é produzido da mesma maneira desde os tempos do Império Romano. As flores de sal são colhidas à mão diariamente são naturalmente branquíssimas e se mantém bastante úmido. Perfume intenso de mar.

    SAL DE MALDON
    Amadíssimo pelos chefes, é constituído de grãos muito frágeis e delicados. Utilizado para finalizações e para exaltar o sabor dos pratos. Proveniente da Inglaterra, não é recolhido todos os anos pois necessita de condições climáticas apropriadas. Sua principal característica é a forma de minúsculas pirâmides e por isso não se dissolve imediatamente na boca, interagindo melhor com a comida. É perfeito para receitas que pedem uma crosta de sal.

    SAL INDIANO KALA NAMAK
    O sal gema de origem vulcânica é também conhecido como sal negro indiano, o que é um erro, já que sua cor varia entre o roxo e o cinza escuro. A presença de sulfureto de ferro dá o tom roxo escuro e sais de enxofre são responsáveis pelo odor característico que remete à ovos cozidos e sabor ligeiramente amargo. É o queridinho dos veganos pois simula ovos cozidos quando misturado a tofu picado e açafrão. Essa mistura também pode ser utilizada como base para outras receitas como salada de batata. Na tradição Ayurvédica é utilizada como digestivo, azia e para controlar o inchaço.

    SAL BOLIVIANO MIRROIR
    Outro sal de coloração rosa, porém mais alaranjada do que o sal do Hymalaia. Colhido nos andes bolivianos numa altitude de 3.700 metros, é um sal difícil de encontrar no mercado. Seu nome se deve ao efeito de espelho da salina. Tem alta concentração de minerais e sabor frutado. Vai muito bem em saladas e verduras.

    SAL JAPONÊS AGUNI NO SHIO
    Ele é proveniente da ilha de Okinawa e extraído a partir da filtragem por galhos de bambu. A água do mar é borrifada sobre os galhos onde se concentram os grãos de sal. Quando atingem certo volume, esse sal é fervido e depois seco. Tem gosto agradável e suave. Oferece propriedades neutralizantes aos efeitos do consumo excessivo de cafeína.

    SAL NEOZELANDENSE
    A partir das puras águas do oceano ao sul da Nova Zelândia, é obtido através de evaporação pelo sol e vento. Procurado por chefs devido ao seu sabor delicado e estrutura cristalina. Não recebe nenhum tratamento químico ou físico e é certificado como 100% orgânico. Formado por cristais porosos, se dissolve rapidamente e pode ser utilizado com outras especiarias.

    SAL SUGPO ASIN
    Este sal recebe o nome dos camarões sugpo que são criados nessas águas durante 6 meses do ano, exigindo muito cuidado e manutenção das lagoas de retenção. O caroteno eliminado pelas cascas dos camarões confere ao sal um tom cor-de-rosa pálido. Seu efeito único ao paladar deriva de uma rara combinação de flocos de flor de sal e cristais geométricos. Um sal suave e crocante, levemente doce que harmoniza com tomates frescos, cebolas e frutas tropicais como a manga. Particularmente eficaz em todos os frutos do mar, carne de caça, cordeiro e carnes.

    SAL DEFUMADO VIKING
    Por métodos tradicionais vikings, esse sal dinamarques é defumado com madeira de zimbro, cereja, ulmeiro, faia e carvalho. Sabor intenso de fumaça, levemente doce e com retrogosto persistente. Muito bom para finalizações e frutos do mar, porco, aves e legumes.

    SAL DEFUMADO DURANGO
    Naturalmente defumado sobre madeira de castanheira não tratada, muito comum na cozinha do sul dos Estados Unidos. Este sal é perfeito para esfregar em costelas, hamburgueres, frango, carne vermelha, ou qualquer outra coisa que possa ser grelhada numa churrasqueira.

    Ai, meus sais!

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    Se aquecermos a água até seu ponto de ebulição, ela se transforma em vapor. Este processo físico é familiar e usado em muitos processos na cozinha. Mas nem todos os líquidos se comportam desta maneira, mas os óleos são uma exceção importante. Todos os óleos são compostos por misturas de diferentes triglicerídeos constituídos por uma molécula de glicerol ligado a três ácidos graxos.

    O processo culinário que coloca em prova a estabilidade de um óleo é a fritura. Quando se aquece o óleo a alta temperatura, a exposição ao oxigênio e a presença do alimento pode desencadear um processo de degradação oxidando e formando substâncias nocivas. Quanto mais alta é a temperatura, mais rápida é a oxidação. A utilização prolongada também pode degradar significativamente um óleo, e esta é a razão por que o óleo de uma fritadeira deve ser completamente trocado periodicamente, e não reutilizado.

    Os óleos com composição química diferente, oxidam de maneira diferente. Aqueles ricos em gorduras poliinsaturadas, como o óleo de milho ou de soja, se degradam mais rapidamente do que aqueles ricos em gorduras monoinsaturadas, como azeite de oliva, nozes ou amendoim, compostos principalmente de ácido oleico. No azeite extra virgem, não purificado, contém moléculas que atuam como antioxidantes atrasando a degradação. Os mais estáveis são os óleos que contém muita gordura saturada, como azeite de dendê ou banha de porco. Mas seu uso deve ser limitado porque o consumo excessivo pode trazer consequências negativas para a saúde. Quando se aquece um óleo a uma determinada temperatura, ele começa a produzir a fumaça bem antes de começar a ferver. A esta temperatura, chamada de "ponto de fumo", a glicerina se separada dos ácidos graxos e produz gases tóxicos contendo substâncias nocivas, tais como a acroleína .

    A temperatura normal de fritura é de cerca de 180°C. Em temperaturas mais baixas a comida absorve mais óleo, enquanto que em temperaturas mais elevadas podem queimar rapidamente. Por isso é importante que o óleo escolhido tenha um ponto de fumo bem acima da temperatura de fritura. Costuma-se dizer que o azeite de oliva extra virgem tem um ponto de fumo elevado, mas isso não é absolutamente verdade. Em geral, quanto mais refinado o óleo for, menos substâncias que não sejam triglicerídeos terá, e maior ser seu ponto de fumo. As impurezas do óleo que mais afetam o seu ponto de fumo são os ácidos graxos livres, não ligados à glicerina. A refinação a que estão sujeitos, tal como o óleo de canola, reduz a quantidade de ácidos graxos livres e outras impurezas aumentando o ponto de fumo. O óleo de canola começa a fumar apenas a 240°C, uma temperatura muito mais alta do que a de uma fritura comum.

    O azeite extra virgem é obtido pela extração mecânica, sem qualquer refinamento. Por esta razão, contém uma pequena quantidade de ácidos graxos livres e uma série de outras impurezas, o que pode reduzir significativamente o ponto de fumo. No entanto, é impossível defini-lo de uma vez por todas: dois azeites produzidos em diferentes áreas e diferentes variedades de azeitonas podem ter uma acidez e um ponto de fumo muito diferente. Se a acidez é baixa, o ponto de fumo pode ser superior a 190°C: suficiente para fritar a temperaturas não muito elevadas. Se a acidez é alta, o ponto de fumo pode acontecer à 180°C e em seguida torná-lo impróprio para fritar. (Nota-se que na rede encontra-se tabelas de pontos de fumo totalmente sem sentido)

    Em outras palavras, sem conhecer as características de azeite de oliva extra virgem que você usa é difícil prever como ele irá se comportar na fritura.

    Infelizmente, a acidez do azeite extra virgem não pode ser sentida na boca e não deve ser confundida com o típico "formigamento" causado pelos polifenóis, importantes moléculas antioxidantes que tornam o óleo mais estável em fritura prolongada. Alternativamente, você pode usar o óleo de amendoim, cujo ponto de fumaça supera os 210°C.

    Texto traduzido do blog Scienza in Cucina

    Aquecendo óleos e azeites

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    Meu primeiro contato com uma Moka foi no mínimo engraçado, e logo de cara aprendi a principal regra dessa cafeteira italiana: Não pode lavar com detergente!, e aprendi levando uma bronca do meu roomie que me encontrou na pia esfregando uma Bialetti.

    Sim, quando você chega na Itália a primeira coisa que pensa é: esse pessoal não gosta muito de arear alumínio como nós, então farei esse serviço! Nove entre dez casas italianas tem uma Moka, as vezes duas ou três, depende de quantas pessoas moram alí. Apartamentos mobiliados para aluguel também já vem com cafeteira inclusa. Pode não ter panela, tábua de corte ou faca de chef, mas cafeteira sempre tem!

    Não sou especialista mas é fato que café feito na Moka tem sabor, corpo e cor diferente. Ele é consistente, persistente e ... forte! Assim como o expresso que se toma nos bares pela Itália, a medida individual é pequena mas a qualidade enorme.

    Além da regra número 1: não utilizar sabão ou esponja abrasiva, existem outras coisas que não podem ser esquecidas para atingir a perfeição na tiragem do café, então vamos lá:

     10 regras para fazer café na Moka


    1. Não lave a moka com detergente, apenas com água. Depois de um tempo vai se formar umas crostas de calcário, deixe-a de molho em água e vinagre, depois enxágue.

    2. Escolha uma boa mistura de café e conserve num pote hermético. Para manter o aroma, mantenha na geladeira. Utilize café moído especificamente para moka. Ele é mais grosso que o consumido no Brasil. O pó pode passar junto com a água e acumular no fundo da xícara.

    3. Utilize apenas água fria e pouco calcária, se possível.

    4. Encha a parte de baixo com água até a válvula. Se colocar acima dela, terá um café mais fraco.
    5. Não aperte demais o pó de café, pois a água precisa passar com facilidade por ele. Faça formar uma pequena "colina" quando preencher o filtro e feche.

    6. Aperte bem a sua cafeteira.
     
    7. Fogo baixo e tampa aberta.

    8. Em Nápoles, existe uma outra regra: tampa aberta e uma colher voltada para baixo, tampando a saída de café.

    9. Assim que o café começar a subir, desligue o fogo e deixe sair o resto naturalmente. O café perfeito sai em torno de 60ºC, quanto mais alta a temperatura, mais terá sabor de queimado.

    10. Antes de servir, misture o café com uma colher, para deixar o líquido homogêneo.


    Fazer café na Moka para os convidados é divertido e dá um toque de informalidade, mas tomara que ninguém fique receoso com o acúmulo de café nas arestas da cafeteira! :D

    10 Regras para fazer café na Moka!

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